Alguns domingos à noite, novas teorias e considerações
.

(E vá lá, à quarta uns apontamentos....)


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Shalimar o Palhaço!

A maneira como dizemos as coisas reflecte a nossa atitude perante elas e a vontade com que as fazemos. Por exemplo, se eu disser que o Primeiro Ministro merecia levar um estalo, dá uma certa ideia de pacata violência, reflectindo o meu desagrado com a sua governação. Agora se eu disser: "Ao Shocras era quem lhe pregache uma balente laushtíbia!", é de certa forma bastante mais expressivo.
Isto leva-me a pensar que se desvaloriza determinadas expressões, provavelmente as mais interessantes da Língua Portuguesa. Palavras como Laustíbia, Amolachar, Torresmo ou Shalimar o Palhaço.
Vamos por hoje analisar cada uma destas 4 palavras.
Laustíbia será portanto um estalo, uma chapada, uma bolacha, mas convenhamos que tem íntriseca uma atitude muito mais forte, convicta e enquanto um estalo qualquer menino dá, uma laustíbia não é bem assim. Para enfiar uma laustíbia é preciso saber e experiência, força e vontade!
O Torresmo, ao que parece come-se muito lá para o sul, na capital da gente fina, e terá várias definições, rojão com 3 semanas, banha de porco panada ou nha nha frita, sendo que muito provavelmente a melhor definição será: horrível, mas também nunca provei, nem me parece que o vá fazer. (É capital e comem isto?)
Amolachar deve ser amolgar, esmagar tipo bolacha.
Já shalimar o palhaço devia ser introduzido como nova expressão da língua portuguesa, não confundir com um palhaço de nome Shalimar.
Atrevo-me a dar aqui uma definição para a expressão "Shalimei o Palhaço!":
Cheguei ao pé do gajo, enfiei-lhe uma balente laustíbia de tal forma que o pus a andar à egípcio com a cabeça que nem um torresmo amolachado.
Atentem na riqueza desta definição, usando as palavras anteriores e referências históricas à representação hieróglificó-magnífica dos desenhos egípcios. Notem ainda o uso inédito da metáfora com torresmo amolachado, chegando a cheirar a hipérbole, porque para além de torresmo, ainda se exagera dizendo que é amolachado. Será uma expressão para ultrapassar em atitude e convicção a expressão: é preciso fazer alguma coisa em relação à atitude daquele palhaço, ou do Primeiro Ministro para voltar ao exemplo inicial, e só por isso.
Assim quando ouvir o Shócras na televisão, ou até quando alguém me chatear, viro-me para os meus "amigos" e digo, é preciso Shalimar o Palhaço!

(Agradecimentos ao pessoal da camioneta por terem partilhado comigo estes belos termos, nomeadamente, obrigado ao barco, à soja milk, ao horas em número 24, por aí..)

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O plano de Deus.

Eu não creio (muito menos re-creio) que Deus tenha um plano para todos nós, os biliões. Passo a explicar a minha teo-ria.

Se eu fosse Deus, sabendo que ninguém me chateia e tendo a certeza de ir para o céu, porque se assim não fosse, não era o céu, eu não estava para me dar ao trabalho de fazer grandes planos. Para quê? Ninguém me castiga e faço o que me apetece.
Há quem acredite na existência de um plano divino para todos nós, e que tudo faz parte desse grande plano, tudo por um bem maior. Eu cá para mim Deus está tranquilucho, sentado no sofá de pernas esticadas, a ver televisão. Para já deve ter um ecrã panorâmico, a comida é concerteza divinal...e ainda por cima não precisa de comando...
Sem grandes preocupações, deve estar sempre relaxaducho no céu sofá...se se sentir sózinho faz uma pessoa (e isso deve ser fixe). E muito provavelmente está-se a rir que nem um desalmado a ver o Praça da Alegria (Deus terá alma? Cá para mim ri-se sempre que nem um desalmado...). Ainda por cima deliciado, irónicamente, com as suas invenções a cantar e a dançar.
Na sua...

Por isso é que não considero justo dizer-se que as escolas privadas e católicas têm os alunos com melhores notas no ranking nacional. Com a ajuda de Deus também eu...

Mas aí, se o plano de Deus for mostrar que tudo o que é católico é melhor que o resto, aí já acredito num plano de Deus. Assim têm lógica, faz todo o sentido. O papa apercebeu-se que Deus estava numas de relaxe e disse: "Oh pá, passas o dia a ver televisão e não fazes nada? Vou eu fazer o plano divino por ti?"
Ao que Deus terá respondido: "Tás à vontade oh Ratz, achas que alguém te vai ligar? És mesmo crente! Olha já que tás de pé chega-me aí um pacote de batatas fritas que tá a começar o jogo."

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Há que parabenilizar...

Por Miguel Semedo

Um blogue que fará o mundo pinchar e avançar, que escutará o sonho de todos nós...o sonho de finalmente percebermos o que passa despercebido. Será um basta, um pontapé na mesa que levantará todos os dogmas e paradigmas desmarcados na lateralidade deste nosso mundo.
Se perguntará, se responderá, se discutirá tudo aquilo que não interessa nada mas que ninguem fala!
Principios como a audácia e a coragem precisam-se e estes serão residentes honorários desta casa desmarcada...neo zelandesa com certeza.
Não só quem inventou a praça da alegria mas também quem foram os primeiros telespectadores dessa manha mais ou menos bem passada...sim, quem foi o primeiro a pensar “ufa, hoje tenho tempo livre...deixa-me pensar...vou ver um filmezito? Vou tomar o pequeno-almoço com os amigos? Vou ler um livro? Vou fazer jogging com o Sarkozy? Naaaa, vou mas é ver o praça da alegria!” Quem terão sido essas mentes quase tão brilhantes como a inteligência do Paulo Sousa? Não é o jogador de futebol, é o ex-jogador de futebol e neo-intelectual psicoanalista desportivo com estilo... Perguntaremos e discutiremos!
Não deixaremos também que passem em claro investidas tão selvagens e perigosas como a que temos assistido na ultima década de exclusão social do sabor a baunilha. A verdade pura e dura é que este tem sido subtilmente e neo-liberalmente substituido pelo sabor a nata! Que finos que nós somos, andamos anos e anos a lamber o sabor a baunilha mas mal a nata nos pisca o olho saciamo-nos e deliciamo-nos com os hiper-espectaculares cornettos de nata! BASTA!É por estas e por outras que estamos aqui, a ser tao perspicazes e brilhantes como o criador do praça da alegria ou o guru Paulo Sousa neo-intelectual psicoanalista desportivo com estilo!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

O olho destreinado.

Ontem Paulo Portas, pelo CDS-PP, pediu a demissão da Ministra da Educação. Eu fico tão enternecido pelo carinho que os políticos têm uns pelos outros. Reparem na simpatia de Paulo Portas ao pedir, "pedir" a demissão da ministra. De facto sempre estivemos habituados à educação, elevação de discurso e elegância deste "gentleman" da Política Mundial, ou até Universal, no entanto eu atrevo-me aqui a dar uma interpretação desta mensagem subliminar.
Na realidade a pergunta de Paulo Portas foi: "Desculpe, eu gostava de ser ministro, podia demitir-se?", mas para perceber isto é preciso ter o olho treinado...

Outra coisa que Paulo Portas disse foi: "Não se pode tratar da mesma forma um aluno que falta porque vai ao funeral de um familiar e um aluno que falta para ficar no café a fumar um cigarro"
Mais uma vez é preciso ter olho treinado para perceber porque quererá ele dar prémios a quem vai tomar café e fumar um cigarro?...hmmm....

Vou-vos deixar aqui um vídeo de 30 segundos, com uma mensagem subliminar. Um olhar destreinado não reparará na forte mensagem oculta passada, e só passado algum tempo perceberá o que se passa....mas se estiverem atentos, podem utilizá-lo para treinarem a interpretação destas mensagens de Paulo Portas. (ouçam o ssussurar...)



Hm....desmarcada não é? (...workshop live..). Cá para mim este vídeo é a prova de que há vida fora da Terra (quem sabe inteligente...).

Os extra-terrestres raptam esta senhora nos anos 80 e tentam fazer um vídeo para o youtube com uma mensagem subliminar. Mas a mim não me apanham, eu sou perspicaz, este vídeo não é feito por humanos, nessa altura não havia youtube!
Além disso reparem no olhar de aterrorizada com que ela toca guitarra...está a olhar para algum sítio......
Se tudo isto não vos convence, expliquem-me, é impressão minha ou atrás podem ver-se cortinas verdes gigantes de veludo?

domingo, 4 de novembro de 2007

Há uma razão para tudo...


...



...excepto para os cães de louça.
Não há razão absolutamente nenhuma para que existam cães feitos de porcelana fina. No fundo seja do que for, fazer cães de tamanho quase real, esculpidos cuidadosamente em louça, ultrapassa o meu conceito de sanidade mental.

O que leva alguém a ter uma ideia como esta? De certeza que bebeu uma cola pouco fresca, ou comeu tartes de maçã com ketchup. Eu acho que as pessoas não entenderam bem o que quer dizer: "Quem tem medo compra um cão." Eventualmente estes cães afastarão ladrões feitos de porcelana. Acredito que sim. Mas o que é que um ladrão feito de porcelana vai roubar? Um paninho do pó?





Se eu fosse um profissional do assalto a domícilios, sentir-me-ia insultado por este tipo de objectos. Abria a porta, via um cão de louça, AH!!..e fugia cheio de medo a sete pés (os meus dois, os quatro do cão ..e o pé de cabra). Assim, é simpático para estes profissionais acolhê-los com um cão de qualidade, vá, um ser que os receba com uma simples e simpática ameaça física.
Um cão destes, tá sempre em pose, nunca falha nas suas tarefas, mas é completamente inútil e ainda por cima incomoda bastante, faz lembrar o Sócrates.

O problema é que este tipo de adornos, só melhora a imagem que temos dos assaltantes. Imaginemos o assaltante a forçar a entrada numa casa, deparando-se com uma família inteira de cães de louça (credo!). Pega num pau e parte aquilo tudo. Dizemos que o gajo parte a louça toda! Sinónimo de "É um gajo do caraças!", claro livrou-nos do martírio que nos atormentava. Ah que alívio, já não temos de olhar mais para aquilo.


Se o meu amigo Bertoldo fosse vivo diria:

"Há gajos que partem a louça um dia e são bons,

Há os que vão partindo aqui e ali e são melhores,

Há os que partem muito a louça e são muito bons,

Mas há os que partem a louça toda, e esses são os imprescindiveis!"