Mafalda Pais

Há uns tempos Mafalda Veiga e João Pedro Pais lançaram um álbum em conjunto, chamado "Lado a Lado", em 2006 mais precisamente, e deram pelo menos um concerto juntos. (E acho que estavam mesmo lado a lado.)
Eu, na altura não tive oportunidade, mas queria aproveitar agora para elogiar tanto o concerto como o disco. Acho fantástico. São de facto dois dos mais criativos músicos portugueses. Ao menos é uma vez e pronto, não chateiam mais. Aborrecem-nos com um cd e um concerto e acabou.

Aliás acho que esta ideia devia ser adoptada por outros. Imaginem que tranquilidade. Uma banda com Emmanuel, Toy, Tony Carreira, Ágata, Michaela, Marco Paulo, Santamaria, etc...
Um cd, um concerto e estava tudo resolvido.
E mais, aplicar o conceito à política, Sócrates, Marques Mendes, Cavaco, Paulo Portas, tudo num só partido e estava feito.
Na televisão um canal com João Kleber, João Baião, Goucha, novelas da tvi, toca a ganhar, toca à campainha ou lá como se chama, tudo...e codificado, obrigatória assinatura mensal, e divulgada públicamente a lista dos assinantes. A vermelho e com um HA! por baixo.

Acho que Mafalda Veiga e João Pedro Pais descobriram uma ideia para acabar com muitos dos nossos problemas. Não é no entanto inovadora. A Europa já há muito que tinha descoberto esta solução, juntar estes gajos todos, criar um país e enfiá-los lá, chamou-lhe Portugal, e pronto ninguém os chateia.

Só que enganaram-se, porque nós imigramos. HA!

Ora venham de lá os amendoins, os tremoços e as batatas fritas.

A semelhança entre amendoins, tremoços e batatas fritas é não os podermos considerar uma refeição, mas sim meros aperitivos ou snacks. Não são alimento suficiente para um almoço ou um jantar e a única razão porque isto acontece, não é por serem pouco nutritivos, pouco saudáveis, mas simplesmente porque metade fica nos dentes. É por isso que são aper-itivos. Abrem o apetite, mas não alimentam. Dão ao nosso corpo a vontade de ter uma refeição. O processo é semelhante, pegamos no alimento, pomos na boca, mastigamos, mas não engolimos... E o nosso corpo óbviamente fica a pensar: falta aqui qualquer coisa. Daí que aparece o apetite como quem diz, então pá? Brincamos? Basicamente brincamos em vez de comermos.

Isto da nossa perspectiva, porque da perspectiva do amendoin é qualquer coisa como: Não, eu não quero ir já, não, não quero ser digerido..AH! E agarram-se aos dentes numa tentativa desesperada de fugir ao destino...
O amendoin, a batata frita e o tremoço dizem aos restantes alimentos que não querem ir para o estômago, não querem ser digeridos, recusando-se a aceitar o seu destino, levando antes uma vida boémia de bar em bar, de esplanada em esplanada, sempre acompanhados dos seus amigos finos. São o jet set do mundo alimentar!
Assim como no jet set estão os tremoços, os amendoins e as batatas fritas da sociedade.
Cirúgias plásticas aos 95 numa recusa do destino, a roupa transparente para disfarçar o interior que no fundo não sabe a nada, é a atitude tremoço agarrado aos dentes. (Para não caírem.)
Voltando agora à perspectiva dos humanos, deixando a do jet set portanto, é de frisar que estes aperitivos são essenciais ao bom funcionamento da sociedade.
Primeiro chegamos a um bar e sentamo-nos com três ou quatro amigos, mas se não forem amigos não faz mal. Nunca vai haver aquele momento de silêncio constrangedor se na mesa houver tremoços, amendoins ou batatas fritas. Está toda a gente mais preocupada em tirar os bocados presos aos dentes do que em quebrar o silêncio.
E aqui se faz a divisão da sociedade, nas três classes de consumo de salgados.
Classe baixa, também conhecida por povo: fazem parte as pessoas que imediatamente tiram os bocados presos nos dentes com o dedo, se não houver palito à mão, sem qualquer inibição.
Classe média: ficam envergonhados a fazer movimentos estranhos com a boca até ganharem a coragem para disfarçadamente, usarem o dedo.
Classe alta: Não come tremoços. Tem medo que os dentes fiquem presos nos tremoços.

E esta divisão embora coincida em parte com a divisão em camadas sociais - económicas ou outras - não se ajusta exactamente a essa. Muita gente das aristocracias de história e de dinheiro pertence" , em termos de consumos de salgados, ao povo.

(Um agradecimento à Inês pela ideia e ao restante bom povo com quem bebi finos e partilhei aperitivos.)

Nada de especial

Pois parece que me enganei. Apesar de ter sido o primeiro a nível mundial a acertar nos resultados duma eleição deste tipo, parece que falhei na percentagem obtida por Santos Ferreira, afinal foi qualquer coisa como 97,7%. Para ser sincero é-me indiferente. E 44% também não é uma falha grave.

Mas há outra eleição a decorrer, um programa chamado cómicos de garagem, que concerteza conhecerão, quer eleger o seu cómico favorito do programa. Ao que parece eu faço parte das votações, por isso vão lá, votem, sejam amigos. Não escolham o melhor, votem antes no vosso amigo. Aqui.

Já agora uma análise das notícias do dia:

A taxa de risco de pobreza diminuiu, de 20% em 2004, para 18% em 2006. Hoje o JN anuncia menos 100 mil pobres e pelo que parece Sócrates acha que isto é muito bom. Risco de pobreza diminui só porque sendo pobres não corremos mais o risco de ficarmos pobres, já somos! Porque não dizem qual a taxa de pobres? Risco de...já agora taxa de pobreza segura, não?

Em Chaves onde o estado fechou a maternidade, já foi apresentado um Hospital Privado com serviço de maternidade, mesmo junto ao casino. Tem toda a lógica, era muito caro manter uma maternidade pública, assim o estado oferece vales de roleta. Os pais antes de terem o filho passam no casino, apostam no 27 preto e ganham direito ao bébé. Este governo é mesmo muito inteligente! Além disso, nítidamente não compensava manter aberta a maternidade, não havia partos suficientes para as maternidades pública e privada, portanto fecha-se a pública não dava tanto lucro. Quem sabe não temos a Daniela Mercury a actuar, em vez de ser no casino, na sala de partos?

Vá, viva Portugal. E não se esqueçam do voto, obrigado!

Eleito Santos Ferreira! (53%)

Pois é natural e previsível. Será que Cadilhe seria capaz de lhe fazer a desfeita? Não me parece.
Aqui o que é interessante é que de "chefe" (chamemos-lhe assim para ser mais fácil) da CGD passa para chefe do BCP. É mais ou menos o mesmo que estar a jogar batalha naval, estar a perder violentamente, e contratar um gajo da equipa adversária. Daqui a uns meses vamos ouvir o fantástico trabalho que ele fez e como conseguiu prever o rumo da economia.
Foi ele que pôs lá o porta-aviões!
Mas diz-se que é um homem íntegro e de confiança, idóneo. Acredito. Até tem na sua equipa o Armando Vara, que quando tava no governo não deixava ninguém aldrabar ou roubar. Com uma técnica inovadora, passou tudo para uma fundação com seu nome e assim ninguém podia tirar nada sem lhe pedir autorização.
O tribunal achou mal. Espero é que ele faça o mesmo no BCP.

Estes episódios fizeram-me finalmente entender o nome dos bancos.
O único público, chama-se Caixa Geral de Depósitos, como quem diz vá povo é depositar aqui o graveto. O maior privado, Banco Comercial Português, eles comercializam da forma que lhes apetece o que for preciso. Ao passar os depósitos para serem comercializados no privado, completa-se o ciclo e viva Portugal! Há mais bancos, sim, mas os outros não têm grande hipótese, e por isso surgem nomes como Banco Espírito Santo, a ver se Deus dá aquela ajuda...
É isto Portugal.

Um país onde um gajo chamado Sócrates, nome bastante vulgar em Portugal, se candidata a Primeiro Ministro prometendo 3 coisas: não subir os impostos; fazer referendo sobre um eventual tratado europeu; e construir o novo aeroporto na OTA.
Ganha, sobe os impostos, aprova o tratado na assembleia e constrói um aeroporto em Alcochete.
E então qual é o problema?
Portugal é um offshore político.
Ah fez-se um tratado e em referendo os franceses e os holandeses tão a dizer que não? Um gajo assina isso aqui em Portugal que ninguém chateia!
Já o Durão sabia isso: "Oh Bush queres invadir o Iraque e não tens onde reunir, bora para Portugal, mas depois fico lá a presidente daquela cena!"

Portugal é isto! E se lhe juntarmos um treinador da selecção que prega Laustíbias aos Sérvios, tá a receita aviada.

É por isso que eu gosto de cá viver, nunca se sabe o que vai acontecer.
Parabéns ó Santos Ferreira. Não sei é porque em vez de eleições não lhe chamam escolha. Mas eu sou um bocado esquisito...

Porque não se colam autocolantes a dizer proibido roubar?

Passada que está quase uma quinzena sobre este novo ano, e sobre a nova lei anti-fumo, já se podem tirar algumas conclusões. Eu não o vou fazer. Queria simplesmente deixar aqui duas observações que têm a ver com a maneira como os diversos estabelecimentos lidam com esta nova lei. Aliás nem é bem isso, eu só queria era mesmo falar dos autocolantes.
Em todos os sítios onde se sirva um café em Portugal, neste momento há um autocolante a dizer uma de duas coisa, ou Proibido Fumar, ou Não Fumadores. Muitas vezes também acompanhados do devido decreto lei, como quem diz fomos obrigados a fazer isto!

Porque não se colam autocolantes a dizer proibido roubar?

O que me intriga é: porquê agora, que é proibido fumar em todo lado, se anda a colar estes autocolantes? Não é óbvio que é proibido fumar? Mesmo em shoppings, onde não há zonas para fumadores e é sempre proibido fumar, todos os estabelecimentos da restauração têm estes autocolantes. Até o sítio onde se vende tabaco, tem. Não devia estar-se a colar antes autocolantes a mostrar onde se pode fumar?

Para explicar este fenómeno, das duas três:
1-Ou é por pura estupidez.
2-Ou os fabricantes destes autocolantes andam a ganhar dinheiro à custa da pura estupidez.
3-Ou é um novo sentido de elitismo, pura estupidez.

Passo a explicar.

1 Esta é fácil de perceber, por exemplo, se é proibido fumar dentro de um shopping, e o seu estabelecimento está dentro desse shopping, só por pura estupidez é que eu acharia que...hm...fica para trabalho de casa....

2 Dantes usavam-se estes autocolantes, porque era a excepção, podia-se sempre fumar, a não ser que se visse um autocolante. Tem lógica. Agora imaginem que vocês são um destes fabricantes, com um armazém com um milhão destes autocolantes, a dizer proibido fumar...e uma lei que os torna desnecessários. Já sei. Vou dizer que agora é obrigatório ter um a ver se cola...e pelos vistos colam.

3 Elitismo porquê? Autocolantes a dizer não fumadores, não só não se pode fumar, mas as pessoas que fumam noutros sitios naquele não podem sequer entrar? Isso é elitismo.

Resumindo, parem de dizer que é proibido fumar, ou então eu passo a achar que os finos são à pala!
Ai pagam-se? Não fazia a mínima ideia, onde é que diz isso? Não quero saber, não avisa não pago!

(Nota: até ao fim do mês decorrerá uma votação sobre esta lei, votem aí do lado direito, vamos saber a verdade!)

2008

Ano novo, vida nova.
Ou não. Devia dizer-se ano novo, de resto tudo exactamente igual porque não há nada de espectacular entre dia 31 de Dezembro e 1 de Janeiro. Eu cheguei a pensar que ia ser astronauta, mas mais uma vez sou a mesma pessoa e tenho a mesma vida e ainda tenho que aturar a tvi.

Ainda tenho que aturar aqueles anúncios a shampôs com a Beyoncé, a Claúdia Schiffer, a Sónia Araújo ou Penélope Cruz, coisa que não percebo. Há realmente pessoas que os compram por acharem que estas raparigas os usam? E será que elas são conhecidas pelo asseio capilar? Se alguma destas raparigas viesse ter comigo de cabelo azul e despenteado, eu dava-lhes, com todo o gosto, o mesmo tratamento. Não gosto de descriminar as pessoas pela sua aparência física.

Devia haver uma publicidade honesta a este tipo de produtos. Uma gaja mesmo feia, mas com um cabelo espectacular. O slogan seria, lava muito bem o cabelo, quanto ao resto não podemos fazer nada. Consulte o seu médico ou farmacêutico.
Como nos cigarros, o único produto com campanhas publicitárias honestas e por isso alvo de muitas promessas de ano novo. Muitas pessoas têm o hábito de fazer promessas para o novo ano, e muitas vezes essa promessa passa por deixar de fumar. Engraçado, é uma desculpa como outra qualquer. Mas o que é realmente intrigante para mim são os testemunhos das pessoas que deixaram fumar devido a um determinado produto.
"Com smoking free eu deixei de fumar em 2 semanas!"
"3 dias com smoking free foi o que eu levei para deixar de fumar."

Como é que se deixa de fumar em 3 dias, ou 2 semanas? Deixar de fumar demora um segundo. Fumo um cigarro e nunca mais fumo outro. É o último, deixei de fumar. Que é isto de demorar 3 dias? O último cigarro era gigante? Tão grande que demora 3 dias para acabar de fumar? Cigarros desse tamanho são porreiros para dar a volta à nova lei. Um gajo tá num bar com um cigarro de 6 metros, pede ao gajo que ta na porta para o acender e fuma lá de dentro à vontade. Ou até pousa na janela.
Mas eu nunca vi cigarros desse tamanho.
Nesses 3 dias ou fumou ou não. Se fumou, não deixou de fumar. Simples.

Isto são as companhias que vendem tabaco a querer-nos fazer crer que é dificil deixar de fumar. Se toda a gente descobrisse que para deixar de fumar basta não fumar, eles iam à falência.
É por isso que os maços estão cheios de frases incoerentes. Fumar Mata, mas de lado todos dizem: "Os menores não devem fumar." Como quem diz os adultos estejam à vontade. Se for pequeno faz-lhe mal, se for adulto, mata e tal, mas nada de grave.

Quem devia fumar e muito era o José Castelo branco, cujo site é extremamente agradável.
Fantástico. A pose. Ele sim marca o ínicio deste ano, diz ele: "Aos quarenta atingi a perfeição." Mesmo. Faltará dizer que a perfeição é o nome do alvo de setas que ele tem lábem casa, e que
finalmente, aos quarenta acertou lá com uma seta. Também é compreensível, porque ele não jogava à distância habitual, mas sim a 30 cm do alvo.
Antes do fim do ano ele tinha dito "..esta é a primeira das minhas cirúrgias plásticas."
Lembrando que esta persongem acha que ser chique é genético, deixem-me dizer-lhe que muito provavelmente não vai lá com plásticas. Não vale a pena, isso concerteza é genético. E pelo que parece a mulher dele nem com 3 tiros de caçadeira na cabeça sofrerá alterações.

Portanto, eu concordo com a nova lei que proíbe o fumo em locais públicos. Mas por exemplo sítios onde estivesse o José Castelo Branco acho que deveria ser obrigatório fumar e muito.
Primeiro para não ter que o ver, segundo porque podia ser que o prejudicasse com f, de fumo.