Alguns domingos à noite, novas teorias e considerações
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(E vá lá, à quarta uns apontamentos....)


domingo, 9 de dezembro de 2007

Retornado!

Desde já peço desculpa pela prolongada ausência, mas isto agora vai voltar a entar nos eixos!!
O tempo que passou desde que aqui se escreveu pela última vez, deveu-se entre outras coisas a uma viagem de avião, aliás, duas, ida e volta. Esta experiência reforçou as dúvidas que eu tinha em relação a este tipo de viagens (pelo ar). A primeira é desde logo porque é que as viagens de ida e volta são mais baratas do que uma única viagem de ida? As taxas governamentais e de aeroporto, dizem eles. Será que são os próprios países a pagar as viagens de volta? Por exemplo eu compro um bilhete de avião para Londres, e a rainha diz, eu pago-lhe a viagem de volta, portugas cá é que não..ou será o Sócrates que diz, aha querias fugir? Anda cá...preciso dos teus impostos...

Mas aquilo que mais marca a viagem de avião, é a pressa e o nervosismo. As pessoas têm medo de perder o avião. Não é que o avião seja uma coisa minúscula (ah! onde é eu o pus desta vez), não, penso que seja mais o medo de ficar em terra. Maior parte das pessoas chega lá com duas horas de antecedência, e mesmo assim toda a gente num aeroporto anda num passo apressado, como quem quer disfarçar a sua pressa, dizendo que está habituadíssimo a andar de avião:
-"Sabes, é que normalmente tenho um passo rápido."
As pessoas a andar num aeroporto fazem-me lembrar aquelas corridas em marcha, em que não se pode correr, só ir a passo (a esse propósito vejam no blog chichas o seguinte vídeo, carregar aqui).
A sensação que me dá é sempre: "Vamos lá rápido, já só tenho uma hora, temos que ir a correr, o avião parte e tou lixado, pronto já não chego a tempo."

Sinceramente, eu não conheço ninguém, é provável que exista, mas eu não conheço absolutamente ninguém que tenha perdido um voo por chegar atrasado. Conheço imensas pessoas que perderam o comboio, o autocarro, o metro, agora o avião não conheço.
Reconheço que o factor preço pode pesar, o bilhete do avião é bastante mais barato, 1 cêntimo, andar de comboio é um balúrdio, prá lá de cem vezes mais, nas viagens de avião, o problema são as taxas que inflacionam o preço. Porque o que sai caro não é comprar um avião, contratar pilotos, hospedeiras, comida mini, imprimir bilhetes, abastecer o aparelho com toneladas de gasolina, viajar milhares de quilómetros. Caro caro é uma pista de alcatrão, e pagar aos funcionários do aeroporto. Para já alcatrão não é uma coisa que se encontre assim por aí em cada esquina, e depois há o subsídio de refeição dos funcionários, que num aeroporto é de aproximadamente 5000€, a julgar pelo preço do café. O aeroporto representa o futuro...................dos preços. No futuro um croissant vai custar 3€50. Eles são nossos amigos, querem-nos habituar a isso. No aeroporto de Lisboa fui abordado por um arrumador (de aviões concerteza) e ele disse-me: dê-me 2€. Ora nem mais, estabelece-se ali logo a bitola mínima. Nem boa tarde nem bom dia, nem moedas mais pequenas. O próximo passo é a nota. Até o pedinte está inflacionado.
É tudo à grande.......fora do avião, lá dentro é tudo pequeno.

Algo que eu também acho curioso, é ir em primeira. Agora nestes voos baratos, não dão comida, vendem uns snacks, e eu juro que ouvi a senhora anunciar: "Vão ser agora servidas fantásticas refeições quentes para os que viajam em primeira, se viaja em b.flex (económica) temos à sua disposição, alguns snacks, uma lista pequena. E já sabe para a próxima se quiser viaje em b.não-sei-quê (primeira)."
O que é de facto a primeira? É a primeira parte do avião. A primeira parte do avião a desfazer-se, se o avião cair. Eu pelo menos nunca vi um avião a começar a cair, inverter a marcha e cair de costas. Cai com o "nariz" para a frente. Os passgeiros de primeira, são aqueles que se esborracharão e ampararão a queda aos que cairem depois, os de segunda. Estes, os de segunda, safam-se muito provavelmente mais vezes. E deve ser por isso que em primeira se tem direito a privacidade, a célebre cortininha, e uma refeição quente, não é isso o que se dá aos condenados à pena de morte? ("Penas" de morte neste caso! Já estou a ser sarcástico, desculpem mas comi asinhas de frango ao almoço.)
Bem, bons voos, e vá por mim, viaje em segunda, sabe-se lá se à terça não é de vez!

Um comentário:

André Martins disse...

que grandes verdades...e ainda a quantidade de substancias liquidas que eles nos roubam...quer dizer nao podes levar o teu perfuminho, mas depois de passares pela parte daqueles senhores que veem se tens muito fumo nos pulmões, ja podes comprar uma garrafina para matar a sede...nao é justo! eu que tava a pensar em em levar uma data de coisas par vender ao pessoal da segunda...isto, só para acabar com o meu negócio...foi desta forma que a andre - petisquinhos de segunda nem saiu do papel....